A pílula anticoncepcional
Tudo começou quando o clérigo inglês Thomas Robert Malthus publicou, em 1798, seu ensaio sobre o princípio da população, onde deixava claro que a produção de alimentos era insuficiente para o número exacerbado de reprodução humana, o que iria gerar uma grave crise alimentar. Sua opinião foi fortemente contrariada, em uma época que a sexualidade era destinada unicamente à reprodução.
Muito tempo se passou, até que no fim do século XIX, alguns médicos e higienistas iniciaram a popularização de certos métodos simples de contracepção, como a camisinha, inicialmente feita com tecido, pele ou tripas de animais. Já em 1870, o alemão, Mensiga, inventou o diafragma, uma lâmina elástica que, ao cobrir a maior parte da parede vaginal, não precisava de ajuste prévio individual.
Cada novo método anticoncepcional que surgia causava grande agitação social.
A primeira pílula anticoncepcional, chamada Enovid, começou a ser comercializada a partir de 1961, pela Searle. Criada por Gregory Pincus e Carl Djarassi, que foram incentivados pela feminista e ativista social Margaret Sanger, responsável por inventar o termo “controle do nascimento” e Katharine McCormick, que financiou a pesquisa.
Pincus descobriu os estrógenos e progestágenos , derivados da progesterona que inibiam a ovulação, e à partir deles é que surgiu a pílula anticoncepcional. Seus primeiros ensaios foram realizados em Porto Rico e no Haiti, e demonstraram sua eficácia. Grandes modificações ocorreram desde então, com aperfeiçoamentos e correções de efeito colateral. Foram cerca de dez anos de desenvolvimento para que a mesma pudesse ir para o mercado.
Sua invenção teve enorme impacto social, já que nos dias atuais há possibilidade de escolha da mulher entre gerar um filho ou não, o que com toda a certeza também transformou a visão da sociedade a respeito do contato sexual, que definitivamente não é exclusivo à reprodução humana.
Por: Gabriela Kappler
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